Plano Museológico do MIS-CE: Diálogo e Planejamento na Gestão do Museu


O Museu da Imagem e do Som do Ceará tem realizado, desde janeiro de 2009, discussões para a implementação de um Plano Museológico. O documento, também conhecido como Plano Diretor, fundamenta as diretrizes de trabalho do museu, as metas para curto, médio e longo prazo, diagnostica os problemas e potenciais de cada setor do museu e define os planos de ação.
Na Lei 11.904/2009, o artigo 44 define que é “dever dos museus elaborar e implementar o Plano Museológico”. A lei passou a vigorar a partir de janeiro de 2009 e dá o prazo de cinco anos para que as instituições se adéqüem ao Estatuto dos Museus. O MIS-CE saiu na frente na discussão e deve ser o primeiro museu do Estado a implementar o seu Plano Museológico até o fim de 2009.
As discussões têm sido realizadas com todos os funcionários do museu às quartas-feiras em horários alternados, para que os estagiários, que atuam durante meio expediente, possam também participar. Até o momento as discussões definiram a missão, a visão, os valores e iniciou-se o debate acerca do Programa de Acervos.
É uma longa caminhada até a finalização do documento. Mas como nos lembra Stuart Davies, da Museums & Galleries Commission (consultoria do governo britânico sobre assuntos relacionados a museus), o Plano Museológico ajuda a assegurar no longo prazo a salvaguarda do acervo, deixa claro para toda a equipe o que se está querendo realizar e conduz ao uso mais eficaz dos recursos.
Outro benefício do plano é a oportunidade de sentar para discutir problemas e potenciais do museu em uma mesa de negociações com voto paritário, estabelecendo no cotidiano do museu as práticas do diálogo e da democracia.

Conheçam a mascote do MIS, Paquita.

Abaixo, reportagem publicada no Diário do Nordeste, em 7 de junho de 2005.

CURTO-CIRCUITO
Cadela impede incêndio no Palácio da Abolição, por Fernanda Oliveira


A vira-lata Paquita, que vive entre o Museu da Imagem e do Som (MIS) e o antigo Palácio da Abolição, virou heroína para os funcionários da Secretaria Estadual da Ouvidoria Geral e Meio Ambiente (Soma), situada na Avenida Barão de Studart, 505. Na madrugada da última sexta-feira, dia 3, a cachorra percebeu um princípio de incêndio na sala do computador servidor da Secretaria e alertou com latidos aos policiais que estavam de plantão no local.

O sargento Edvar Xavier de Matos estava de plantão no momento do incidente. “Eu estava na guarita e por volta de 1h30min a cachorrinha começou a latir. Então fui olhar o que era e vi o fogo pela janela da sala. Se não fosse ela, eu não tinha visto e o fogo tinha se alastrado”, conta.

O incêndio, de acordo com a supervisora do Núcleo de Tecnologia da Informação, Mary Ane Vale Ferreira, foi rapidamente controlado graças à Paquita. “Foram poucos os danos. Os peritos suspeitam de um curto- circuito”, conta. A perícia técnica da Polícia Civil, responsável pelo laudo que revelará a causa do incidente, ainda não tem previsão de quando o laudo ficará pronto.

O fogo atingiu dois monitores, duas mesas e dois teclados. As informações contidas no servidor, segundo a supervisora, foram preservadas. “Foi aberta uma sindicância para avaliar os bens que ficaram danificados”, diz. Uma equipe da Secretaria está trabalhando na limpeza dos equipamentos e da sala, que abrigava 15 computadores.

PAQUITA — Desde que foi deixada no MIS, há seis anos, quando ainda era um filhote, a cadela Paquita vem acumulando histórias de heroísmo, além de ter conquistado a simpatia de todos.

O auxiliar de serviços gerais do Museu, Luciano Bento dos Santos, que adotou a cadela, conta que certa vez ela ficou parada latindo embaixo de um galho grande de árvore. “Quando fomos ver o que estava acontecendo, percebemos que o galho estava se partindo. Se ela não tivesse avisado, três carros teriam sido atingidos”, lembra.

Os policiais que trabalham no antigo Palácio da Abolição contam que a cadela faz a ronda durante a madrugada junto com eles. A amizade entre os funcionários e Paquita rende a ela um tratamento de primeira. “Sempre a levo ao veterinário, ela toma vacina e agora está usando anticoncepcional. A Paquita também é banqueira para comer, só come ração”, diz Luciano.

Certa vez, ele lembra que a carrocinha levou Paquita. “Mas eu e o tenente Sousa fomos buscar. Acho que pelas coisas que ela faz devia até ganhar um prêmio”, reivindica.